A Biossegurança é um dos maiores problemas do mundo. Veja a lista dos demais problemas aqui.

Nos últimos tempos foi crescente a preocupação das nações no que tange à biossegurança quanto à possibilidade de disseminação de microrganismos nocivos à saúde e a vida humana, animal e ao meio ambiente.

Pandemias naturais e novos patógenos cientificamente modificados (scientifically engineered pathogens) poderiam matar milhões ou até bilhões de pessoas. É provável que o progresso futuro em biologia sintética aumente o risco e a gravidade de pandemias por patógenos modificados. Mas existem caminhos promissores para reduzir esses riscos, tal como pela regulamentação de pesquisas potencialmente perigosas, melhoria dos sistemas de detecção precoce e desenvolvimento de melhores planos internacionais de resposta a emergências.

biossegurança
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Resumo

Nota: Até que atualizemos este perfil de problema, nossas fontes mais abrangentes de informação sobre ele serão estas entrevistas: Não estamos suficientemente preocupados com a próxima pandemia.Aqui está a razão para se estar – e especificamente o que podemos fazer para acabar com isso e também Dr. Cameron lutou contra o Ebola para a Casa Branca. Agora ela trabalha para impedir algo ainda pior.

1.Nossa visão geral sobre biossegurança

Às vezes recomendado
Esse é um problema urgente para se trabalhar, mas você pode ter um impacto ainda maior trabalhando em outra coisa.

Escala ?
biossegurança
Surtos de patógenos modificados poderiam causar uma catástrofe global.
Negligência ?
biossegurança
Mais de US$ 1 bilhão gasto pelo governo dos EUA.
Capacidade de Resolução ?
biossegurança
Algumas formas plausíveis de alcançar progresso na resolução deste problema, contando com algum apoio especializado.

Profundidade do perfil: Exploratório
Autor do perfil: Roman Duda

Este é um dos muitos perfis que escrevemos para ajudar as pessoas a encontrar os problemas mais urgentes que elas podem resolver com suas carreiras. Saiba mais sobre como comparamos diferentes problemas, veja como tentamos classificá-los numericamente e veja como esse problema se compara aos outros que consideramos até agora.

2.Qual é o problema?

Pandemias naturais e novos patógenos cientificamente modificados poderiam matar milhões ou até bilhões de pessoas. É provável que o progresso futuro na biologia sintética aumente o risco e a gravidade de pandemias de patógenos modificados. Esses riscos podem ser substancialmente reduzidos através da regulamentação de pesquisas potencialmente perigosas, melhorando os sistemas de detecção precoce e desenvolvendo melhores planos internacionais de resposta a emergências.

3.Por que esse problema é preocupante?

3.1.Em que nossa recomendação é baseada?

Saiba mais sobre o problema da preparação para pandemias em nossos dois podcasts detalhados com especialistas da área – Howie Lempel e Dr Beth Cameron.

Achamos que esse problema é preocupante, porque é uma área de foco do The Open Philanthropy Project. Leia aqui o relatório deles sobre biossegurança.

A ameaça de patógenos modificados em laboratório também é priorizada pelo Global Priorities Project. Leia sobre isso em seu resumo de políticas sobre Riscos Tecnológicos Sem Precedentes.

3.2.Por que isso é preocupante?

  • Historicamente, as pandemias naturais têm sido responsáveis ​​por um grande número de mortes. Por exemplo, a epidemia de gripe espanhola de 1918-20 matou 50-100 milhões de pessoas (3-5% da população mundial na época e mais do que todas as baixas da Primeira Guerra Mundial).
  • Um surto grave de um agente patogênico modificado em laboratório poderia resultar em um número ainda maior de mortes. Patógenos poderiam ser projetados para ter longos períodos de incubação, para serem altamente letais e altamente infecciosos. Se liberados, isso poderia causar uma catástrofe global.
  • É provável que os patógenos modificados sejam muito mais difíceis de controlar do que outras grandes ameaças, como as armas nucleares, porque a tecnologia para produzi-los ou distribuí-los provavelmente exigirá menos recursos e será mais difícil de monitorar. No entanto, há menos sendo investido na redução dos riscos de patógenos modificados do que nos riscos de armas nucleares.
  • Existem caminhos promissores para reduzir os riscos, tal como regulamentando pesquisas potencialmente perigosas, melhorando os sistemas de detecção precoce e desenvolvendo melhores planos internacionais de resposta a emergências.

3.3.Quais são os principais argumentos contra considerar esse assunto urgente?

O governo dos EUA gasta cerca de US$ 5 bilhões por ano em programas relacionados à biossegurança. Isso sugere que esta área já tem mais recursos do que outros problemas prementes, como os riscos da inteligência artificial e a pecuária industrial. No entanto, menos de 10% desses gastos vão para programas focados exclusivamente em biossegurança (a maioria dos programas inclui outras metas, como pesquisa científica e preparação geral para desastres). Menos ainda é gasto especificamente em riscos de futuros patógenos modificados.

3.4.Principais julgamentos que fizemos para priorizar esse problema

  • É possível que nas próximas décadas desenvolvamos patógenos altamente letais e altamente infecciosos com longos períodos de incubação.
  • Os riscos de surtos podem ser substancialmente reduzidos por meio de regulamentação e melhores planos de resposta.

4.O que você pode fazer sobre esse problema?

4.1.O que se faz mais necessário para contribuir na resolução deste problema?

Reduzir a chance de surtos

  • Pesquisa para identificar os maiores riscos de biossegurança.
  • Melhor monitoramento, regulação e prevenção de pesquisas potencialmente perigosas em biologia sintética (por exemplo, estabelecer novas normas científicas e uma cultura de responsabilidade e segurança).
  • Maior rigor nas estruturas de contenção das instalações que realizam pesquisas perigosas.
  • Evitar que os resultados de pesquisas perigosas cheguem a atores mal-intencionados (por exemplo, impedir que pessoas encomendem pelo correio vírus potencialmente perigosos).

Melhorar nossa capacidade de lidar com surtos se eles ocorrerem

  • Aumentar o tempo disponível de resposta aos surtos, melhorando a previsão e a detecção precoce destes (por exemplo, aumentando as conexões entre sistemas de vigilância de doenças).
  • Melhorar as ferramentas para responder a surtos, tal como vacinas e tratamentos mais rapidamente disponíveis e melhores. Por exemplo, poderíamos investir no desenvolvimento de uma vacina “geral” contra a gripe (vacina de amplo espectro). Também podemos melhorar a resposta internacional a emergências e os planos de quarentena.

4.2.Quais conjuntos de habilidades e recursos são mais necessários?

Pessoas com experiência nas seguintes áreas:

  • Saúde pública, especialmente em relação a doenças infecciosas novas e emergentes.
  • Pesquisa e desenvolvimento em bioengenharia e ciências da vida
  • Resposta de emergência
  • Ativismo político
  • Anti-terrorismo
  • Não proliferação
  • Trabalhar num órgão burocrático/regulador.

4.3.Quem está trabalhando nesse problema?

De acordo com essa lista de organizações reunidas pelo Open Philanthropy Project, as principais organizações são:

  • O governo dos EUA – principalmente os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e os Institutos Nacionais de Saúde
  • O Fundo Global de Ameaças da Skoll (Skoll Global Threats Fund)
  • A Fundação Gates.

O Open Philanthropy Project também espera investir US$ 10 a 15 milhões por ano nessa área.

Reunimos uma lista com dezenas de potenciais orientadores de doutorado e organizações relevantes para se candidatar. Veja também os centros de pesquisa (think tanks) de que estamos cientes que trabalham mais diretamente com biossegurança.

4.4.O que você pode concretamente fazer para ajudar?

5.Leitura adicional

6.Fontes

7.Leia também o que já traduzimos para o português:

Traduzido de: https://80000hours.org/problem-profiles/biosecurity/