É quase surreal pensar nas coisas em que estávamos preocupados há não muito tempo. Como poderíamos ter sido tão ingénuos? Tão arrogantes? Como pudemos não ver os sinais?
Bem, não importa, a vida tem sua própria forma de nos ensinar que estamos olhando só pro próprio umbigo. Não há outra expressão para o que a sociedade ocidental, particularmente mas de forma alguma limitada aos progressistas entre nós, fez a si própria. Apropriação cultural. Microagressões. A guerra ao Natal. Será que aquele dança tem origens racistas? Será que os vídeos de unboxing no youtube fazem mau para as crianças? Aquele cara não está respeitando o hino nacional?
“Tenho pensado muito ultimamente sobre como algumas das mentes mais inteligentes que eu conhecia estava passando seus dias em seus computadores tentando cancelar ‘Baby, It’s Cold Outside’, escreveu recentemente o escritor Bari Weiss, enquanto “muitas mulheres neste mundo ainda não têm acesso a crédito bancário ou absorvente higiênico”. Infelizmente, isto não é novidade. Marco Aurélio descreveu a vida em Roma como “um agito inútil de procissões, árias, rebanhos de ovelhas e gado, exercícios militares, um osso atirado aos cães de estimação, um pouco de comida no aquário do peixe”. As coisas em que as pessoas focam… e o que perdem ao optarem por dar prioridade às coisas erradas.
Não há muitos lados positivos numa pandemia, mas uma coisa pra que ela serve é lembrar-nos do que importa e do que não importa. Deveríamos nos castigar – quão arrogantes e idiotas parecem ser as coisas pelas quais nos zangamos. Deveríamos nos dar um senso de urgência – há questões reais por aí, questões de grave injustiça que somos obrigados a atacar. Deveríamos nos dar um senso de propósito – podemos morrer a qualquer momento. É realmente nisto em que queremos gastar o nosso tempo?
Temos sido decadentes e estúpidos. Fomos sonâmbulos ao longo da vida. Não estávamos preparados. Bem, agora estamos experimentando os custos dessas decisões. Não podemos mudar isso. Mas podemos optar por acordarmos agora, e comprometermo-nos a não nos desviarmos novamente. Podemos dar prioridade ao que importa, a partir de hoje. E o que é que importa?
Outras pessoas. Eliminar o sofrimento real. Cumprir o nosso potencial (e garantir que todos têm a oportunidade de fazer o mesmo). Coragem. Sabedoria. Temperança. Justiça.
Autor: The Daily Stoic
Você talvez se interesse em ler também: