7 coisas que você pode fazer para diminuir o sofrimento animal

Quem nos acompanha já sabe que a “indústria animal”(factory farming) causa muito sofrimento desnecessário. Diante disso, listamos 7 coisas que você pode fazer para diminuir o sofrimento animal. Experimente-as, começando por hoje:

1.Adotar uma dieta sem consumo de animais e derivados. Essa seria a melhor atitude possível e dispensaria as ideias apresentadas de 2 a 5.

Mas sabemos que essa medida ainda é muito difícil para muita gente. Por isso, seguem outras medidas de alto impacto:

2.Diminuir o consumo de produto animal. Não consegue parar de comer carne mas consegue reduzir? Ótimo! Experimente começar com as segundas-feiras sem carne — e quem sabe ir expandindo para mais dias na semana. Tenha uma alimentação cada vez mais baseada em vegetais. Essa é a proposta principal do Reducitarianismo.

3.Reduza o consumo de ovos e/ou apenas consuma ovos de galinhas caipira/livres de gaiola(cage-free). Em geral pensamos muito no sofrimento do animal na hora da morte. Porém, entendemos ser muito pior uma vida inteira de sofrimento. Muitos frangos e galinhas passam suas vidas inteiras confinados num espaço do tamanho de uma caixa de sapato, sem espaço para locomoção e demais necessidades animais básicas.

Alguns psicólogos afirmam que o stress e consequente sofrimento de tais galinhas é equivalente ao da tortura. Ademais, a criação enclausurada de animais constitui um risco para o surgimento de novas doenças, com risco inclusive de gerar a próxima pandemia global. É quase certa a ligação deste tipo de criação de animais com o surgimento da gripe aviária, por exemplo. Mais um motivo para reduzir o consumo e migrar para os ovos de galinhas livres.

4.Diminuir/parar com o consumo de frango. Um frango produz menos de 2% das calorias de um boi. Ademais frangos são os que mais sofrem em vida na produção agrícola estilo industrial(veja o ponto acima sobre sofrimento na morte/em vida).

Apenas para termos dimensão da questão: hoje existem no mundo 1,4 bilhão de bois e vacas no mundo para 18 bilhões de frangos. E os frangos tem um ciclo de vida muito mais curto.

Em tempos de coronavírus vale ressaltar outro ponto: muitas novas doenças, especialmente as que podem vir a afetar os humanos, tem origem animal. Ainda que algumas venham de animais selvagens como morcegos, outras tem por origem a criação de animais em fazendas.

Temos aqui uma questão preocupante com os porcos (gripe suína) mas principalmente com os frangos, capazes de gerar muito mais doenças (há diversas gripes aviárias, por exemplo). De que temos notícia, nenhuma doença recente teve por origem bois ou vacas.

Resumindo, priorize reduzir o consumo de frango.

Detalhamos bastante esse ponto neste artigo.

5. Reduzir o consumo de animais sencientes, ou seja, que tenham a capacidade de sentir, de forma consciente, dor ou prazer.

Essa é a posição, por exemplo, da especialista em psicologia evolutiva, Diana S. Fleischman, a qual propoe e segue uma dieta “bivalve-vegana”: “Eu entendo que os bivalves, principalmente ostras e mexilhões … não têm o que eu acho que é a arquitetura neural necessária para sofrer”. Ela também compara os bivalves a um “dedo sem corpo” (portanto, sem cérebro).

Onde começa e onde termina a senciência é um tema muito controverso, contudo. Diferentes especialistas esposam opiniões contraditórias, portanto, não podemos garantir nada aqui.

6. Faça ativismo inteligente pela causa animal. Não compartilhe dados que você sabe que são falsos apenas para promover a causa. Confira os dados antes de compartilhar.
Ademais, algumas formas de ativismo são um “tiro-no-pé”, pois buscam gerar animosidade ao invés de simpatia entre os não-veganos. Pensar pragmaticamente, medindo as consequências de seu ativismo, é a questão-chave aqui.

Ao conversar com colegas comprometidos com a causa animal, foque nesse ponto sobre pensar pragmaticamente, pensando nas consequências. Ao conversar com não-veganos, por exemplo, busque sempre um tom conciliador.

Uma página que recomendamos nesta linha é a Veganismo Estratégico.

7.Promova e contribua para o Altruísmo Eficaz e as organizações apoiadas pelo Altruísmo Eficaz na causa animal.

Divulgue as publicações do Altruísmo Eficaz e especificamente do Reducitarianismo. Pode começar compartilhando os posts dessa página. Converse com amigos, veganos e não veganos, sobre o Altruísmo Eficaz e sobre Reducitarianismo.

Ajude, também, as organizações mais eficazes: o impacto, medido, por exemplo, em número de animais salvos pelas melhores organizações da causa animal, pode chegar a ser centenas de vezes maior do que organizações comuns. Confira a estimativa da Animal Charity Evaluators (em inglês)

Caso queira ajudar com dinheiro o EA Funds capta e distribuir recursos para as organizações mais eficazes na redução do sofrimento animal em todo o mundo. Site (em inglês)

No Brasil, a organização que tem sido apoiada pelo EA Funds é a Fórum Animal, que tem alcançado importantes vitórias no compromisso de empresas em adotarem ovos livres de gaiolas. Que tal auxiliá-los em suas campanhas?

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Pra resumir, nossas principais dicas são:
1.Go vegan
2.Reduza / segunda-sem-carne / alimentação baseada em vegetais
3.Ovos livres de gaiola
4.Não coma ou coma menos frango
5.Seres sem senciência(sentir de forma consciente)
6.Faça um ativismo consequente
7.Promova o Altruísmo Eficaz, o Reducitarianismo e as organizações eficazes

Escrito por Fernando Moreno

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