Como saber se alguém é pobre? O meio mais popular se baseia nos rendimentos que estejam abaixo da linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, que atualmente é de menos de 1,90 dólares por dia. Mas tem gente que acha essa uma abordagem simplista. Para corrigir isso, uma das propostas é um índice baseado em uma medição multidimensional da pobreza, o MPI, Multidimensional Poverty Index.
O MPI foi desenvolvido pela Oxford Poverty & Human Development Initiative e pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e se propõe avaliar dados como saúde, educação e padrão de vida, explicado em detalhes neste infográfico.
São 10 os critérios avaliados.
- Nutrição
- Mortalidade Infantil
- Anos de estudo
- Frequência escolar
- Combustível para cozinhar
- Saneamento
- Água Potável
- Eletricidade
- Pavimentação
- Rendimento
Segundo o MPI, uma pessoa sem acesso a 1/3 ou mais destes indicadores é considerada pobre e atualmente essa classificação se enquadra em 30% da população mundial, num total de 1,6 bilhões de pessoas [Pt. 1,6 mil milhões].
Uma das vantagens de se medir a pobreza desta forma é que ela revela condições que de outra forma não seriam avaliadas. Por exemplo, o Gabão tem um PIB per capita de 10.000 dólares contra apenas 1.650 dólares da Nicaragua, mas ambos têm 16% de pessoas pobres segundo o MPI. Da mesma forma, o Vietnã e o Gana possuem ambos o mesmo PIB, mas o Gana tem 30,4% da população na pobreza, segundo o MPI, e o Vietnã apenas 4,2%.
O MPI também permite diferenciar a pobreza da pobreza extrema, aqueles que são os mais pobres entre os pobres, também chamados de destituídos. Este outro infográfico mostra que um pobre pode ser considerado destituído se alcança resultados extremamente baixos em 1/3 dos critérios acima. Na prática esta é a diferença entre não ter saneamento em casa e em ser obrigado a praticar defecação pública, entre não ter ninguém em casa que estudou por 5 ou 10 anos completos.
Os destituídos representam 50% dos pobres do mundo. O seja, 15% da população mundial.
A boa notícia é que estes números estão diminuindo ano após ano. De 2005 a 2010, Ruanda deu um salto em termos de saneamento e acesso a água potável e a Etiópia conseguiu melhorar os indicadores em todos os critérios de 2000 a 2011 reduzindo em 30% a sua proporção de destituídos.
Para informações mais detalhadas sobre o MPI e dados disponíveis consulte também o site da ONU e os relatórios sobre Desenvolvimento Humano.
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Autores: Thiago Tamošauskas e Celso Vieira