Reflexões, citações e vegaforismos aleatórios

Semana 27

Se o churrasquinho de gato não é de carne de gato, porque carne de jaca não pode ser chamada de carne?

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Comer carne é tão pornograficamente violento que é o único alimento que crianças são proibidas de ver como se produz.

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A fila do açougue é como fila do banheiro. A diferença é que ir ao banheiro é uma necessidade da biologia humana.

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“O costume conciliará as pessoas com qualquer atrocidade” (George Bernard Shaw)

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Peter Diamandis, cofundador da Singularity University, diz que o novo bilionário não é aquele que ganha um bilhão de dólares, mas aquele que impacta um bilhão de pessoas positivamente. Qual a melhor maneira de impactar positivamente 1 bilhão de animais?

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[Às vezes] Veganos não têm senso de humor, pois têm senso do horror.

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O veganismo não é religião, mas até poderia ser, já que seria a única a respeitar o “não matarás”.

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Vegans do it with plants.

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Vegetarianismo é um bom passo só se for para se manter em movimento ao veganismo. Senão, é apenas acomodação ou modinha ou espiritualidade desconectada do sofrimento animal. Pela ótica das vítimas envolvidas nos “ingredientes”, comer pudim é mais cruel que comer picanha. 

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Distúrbio alimentar de carnistas: vício em comer tortura animal. O primeiro passo do guia de 12 passos dos alcoólicos anônimos (adaptado para a carne) é dizer pra si mesmo: “Admitimos que éramos impotentes perante o açougue – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.”

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O carnista tem o coração tão grande que não aguenta ver 5 minutos de como seu x-coração é produzido.

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O carnismo, a crença em que o prazer próprio é mais importante que o extremo sofrimento dos animais, é uma seita. Sair dela é quase impossível. Hoje, 95% dos brasileiros ainda são reféns.

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Reduzir a tortura animal não se dará convencendo as pessoas a virarem veganas. E, sim, convencendo as pessoas a convencerem seus governos a proibir a tortura animal. Se eles sentem dor exatamente como nós, por que sua tortura não é proibida?

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Não é a faca que corta o pescoço do porco enquanto ele berra de sofrimento. É seu cartão de crédito. 

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Quando vivíamos como “caçadores e coletores”, quanto de caça representava a nossa alimentação? Leio da Jane Goodall, a maior estudiosa de chimpanzés, que eles são onívoros, mas comem MUITO pouca carne, apenas 6% das suas refeições. Se é pra se espelhar no que é “natural”, então das 2 mil calorias diárias recomendadas, deveríamos comer apenas umas 100 calorias de proteína animal: não dá nem 2 asas de frango.

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“São necessários 900 quilos de grãos para produzir carne e outros produtos de origem animal em quantidade suficiente para alimentar uma pessoa durante um ano. Contudo, se essa pessoa consumisse o grão diretamente, não através de produtos de origem animal, seriam necessários apenas 180 quilos desse alimento.” (Melanie Joy)

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É impossível dizer que você cozinha com amor se coloca crueldade com animais na panela. A comida vegana é a única que pode ser chamada de confort food. Inclusive, é mais que confort, é compassion food.

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O lixo vegano é muito menos fedido e nojento que o lixo carnista. Compare o lixo de um restaurante de plantas ao de um restaurante comum, cheio de ossos, pelos, gordura e cheiro de leite estragado. Até a louça de um restaurante vegano é melhor de lavar.

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Uma pessoa que joga lixo no chão é eticamente pior que uma pessoa que joga lixo no lixo, na questão de respeito ao espaço público?. Não quer dizer que é uma pessoa melhor de maneira geral, mas que, nesse tema, a segunda tem mais ética que a primeira, certo? Então, no tema de alimentação, uma pessoa vegana é éticamente melhor que uma carnista, pois não coloca seu prazer individual como mais importante que o sofrimento e dor de um animal. 

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Animais não são comidas, são convivas. Podem participar com a gente do jantar, mas não dentro do prato.

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Se fosse socialmente aceitável comer bebês, e você protestasse, ainda assim sua tia carnista reclamaria: “ai, me deixa, amo a maciez dessa carne, é um chicletinho gostoso. Deixa de ser radical e experimenta, tem bastante ferro!”

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Você masturba seu cão? Então por que masturba touros? Por que não abandona o leite, esse líquido totalmente substituível que só existe porque você paga alguém para masturbar um touro? Você engravida sua cadela para mantê-la grávida todo ano dando cria e assim você roubar o leite que seria dos filhos dela? Então por que… Você entendeu.

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Nunca trate os veganos (e os wannabe veganos) como espiritualmente avançados, somos apenas eticamente esforçados. Cada um, carnista ou vegano, tem sua religião (ou não), tem suas crenças espirituais (ou não). A questão vegana é ética, não tem nada de religiosa nem espiritual. Estamos apenas refletindo sobre o que é certo ou errado fazer com outros animais (humanos ou não).

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Você pode substituir o junkie food carnista pelo junkie food vegano, ambos não melhoram sua saúde, mas são deliciosos. Tudo que é frito combina com cerveja, tudo que é cheio de gordura (vegetal) também combina bem com catchup. A linguiça e os embutidos reduzem sua vida. Você pode reduzir a vida com o mesmo gosto cheio de conservantes, mas comendo plantas e eliminando o sofrimento animal. Afinal, a batata frita, o maior dos junkie foods, já é vegana.

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Repita comigo: a vaca não dá leite, você que rouba o leite do bezerro dela. Bezerro que só existe porque ela é estuprada todo ano para se manter grávida e com o corpo produzindo leite para o bezerro que então é tirado dela logo que nasce e morre violentamente pra virar carne de vitela. Repita comigo, a vaca não dá leite, você que rouba o leite dela dessa maneira cruel, forçando anualmente ela ter filhos e matando-os em seguida. Força que ela tenha essa vida até seu corpo ficar esgotado (após uns 7 ou 8 filhos) e ela ser jogada num triturador de carne para virar hambúrguer. Repita comigo: a vaca não te dá o hambúrguer nem a carne de vitela nem o leite. Você cruelmente arranca tudo isso dela por 5 minutos de prazer.

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“Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos” (Sir Paul McCartney)

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O carnista sempre tem aquela pergunta capciosa para o vegano: e se você for parar numa ilha deserta só com um porco? Eu comia plantas junto com ele, ora. Só comeria o porco se só tivesse todos os instrumentos para fazer um churrasco. Mas comeria até um humano assim, se estivesse morrendo de fome.

Entretanto, cru, não comeria nem porco nem humano, preferiria morrer junto com eles. Então, se na ilha eu encontrar todos os equipamentos para um churrasco, como não encontraria nem uma couve ou repolho ou um abacate?

Aí chega a vez do vegano fazer a pergunta capciosa: e se você carnista vivesse num mundo com abundância de vegetais tão grande que não faltaria comida para ninguém. Tanta abundância que não seria preciso matar nenhum animal para se alimentar. Você ainda comeria animais? 

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Em uma conversa de um carnista com um vegano, só o segundo vê a imagem completa, não está cego para um dos lados da questão. Todo vegano já foi carnista, o inverso não é verdadeiro.

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Se o seu paladar é tão mais importante que o sofrimento de um animal, por que você nunca experimentou coxa de cachorro ou costelinha de gato? Deve ser uma delícia, você não imagina o que está perdendo.

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Sim, se a indústria não acelerar o passo, é muito difícil para muitas pessoas se tornarem veganas. E muitas ainda precisam da carne em situações mais precárias e de subsistência. O foco deve ser nas grandes indústrias de carne, leite e ovos. Não nas pessoas e povos que ainda não têm outra opção a não ser explorar animais. 

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Depois da Revolução Industrial, a próxima grande revolução se dará com o veganismo. Será uma grande Revolução Ética: quando ninguém mais coloca seu prazer como mais importante que o sofrimento alheio.

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No cinema, existe um efeito chamado “noite americana”, que coloca um filtro escuro e faz com que uma cena filmada de dia esteja se passando de noite. A indústria da carne usa esse artifício ao inverso, na verdade pega uma violência das trevas e faz parecer um dia lindo, com as vaquinhas e franguinhos dançando felizes. Batizemos esse efeito de “dia americano”. 

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Na linha do consumo consciente, protestamos e boicotamos marcas como Zara, Apple e Nike após descobrir violências e irregularidades nas fábricas, né? Então, quando descobrimos a extrema violência na produção de leite, ovos e carne, por que continuamos consumindo? Se podemos ter uma nutrição 100% adequada apenas com plantas (vejam o que a American Detetic Association), por que continuamos financiando o sofrimento dos animais?

Segue o trecho do original (para todas as etapas de vida, a dieta vegana é completa!): “It is the position of the American Dietetic Association that appropriately planned vegetarian diets, including total vegetarian or vegan diets, are healthful, nutritionally adequate, and may provide health benefits in the prevention and treatment of certain diseases. Well-planned vegetarian diets are appropriate for individuals during all stages of the life cycle, including pregnancy, lactation, infancy, childhood, and adolescence, and for athletes. “

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Para facilitar a digestão do churrasco é sempre mais fácil evitar comê-lo, principalmente se o animal não tiver se voluntariado para a degola (o que acontece em 100% dos casos).

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Demoramos séculos para derrubar o geocentrismo e descobrir que a Terra não era o centro do Universo. Demoramos outros séculos para derrubar o antropocentrismo e descobrir que não somos o centro do mundo, que o meio ambiente precisa de um equilíbrio entre todas as espécies. 

Quantos séculos vamos demorar para derrubar a crença de que temos o direito de encarcerar, eletrocutar, espancar, estuprar e esquartejar animais? Tudo isso por 5 minutos de prazer?

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“Eu vejo o melhor caminho e o aprovo, mas sigo pelo pior” (Aristóteles)

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Leandro Franz é economista, escritor e wannabe vegano. É autor dos livros “A Pequena Princesa” (Ed. Letramento), “No Útero de Paulo, o Embrião não Nascerá” (Ed. Penalux) e “120 dias de Corona” (Ed. Letramento) – este último lançado agora em 2022.

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